Lendas II
|
|
Lendas e Mitos do Folclore Brasileiro
O NEGRINHO DO PASTOREIO
Um fazendeiro muito rico e avarento vivia nos pampas do Rio Grande do Sul. Somente três coisas despertavam seu interesse : seu filho, maldoso como ele, um cavalo baio e um pequeno escravo, Negrinho, que se considerava afilhado da Virgem Nossa Senhora. Certo dia, um vizinho fez-lhe um desafio: provar numa corrida de cavalos qual possuia o melhor cavalo. Por ordem do fazendeiro, o negrinho iria montar seu cavalo. A largada foi dada e no final da corrida o avarento fazendeiro viu seu baio perder. Aquilo foi demais para seu orgulho, e resolveu castigar o pobre menino, amarrando-o a um poste e surrando-o com um chicote. Ainda não satisfeito, ordenou que o pobre garoto passasse 30 dias sozinho pastoreando 30 cavalos. Cansado e ferido pelas chicotadas, o menino seguiu seu caminho e acabou adormecendo. Porém, ao acordar, percebeu que os cavalos tinham sido roubados. O filho do fazendeiro correu para contar ao pai, que novamente repetiu o castigo e ditou que procurasse o que perdera. Recorrendo a sua Santa Madrinha, o Negrinho partiu em busca dos cavalos com uma vela na mão. Conforme a cera da vela derretia, os pingos que caiam no chão iluminavam seu caminho. Acabou encontrando a tropa de cavalos e seguiu levando-a de volta para casa. Porém, ao adormecer, novamente o filho do fazendeiro espantou os cavalos. Em casa o maldoso fazendeiro surrou o pobre menino e o amarrou preso a um formigueiro. Passados três dias, foi ver como o negrinho estava. Ficou muito surpreso ao ver que o menino se encontrava em pé sobre o formigueiro, acompanhado do cavalo baio e dos demais e pela Virgem Nossa Senhora, que zelava por seu afilhado. Apavorado, o homem caiu de joelhos diante do Negrinho, que saiu em disparada com seu cavalo baio pastoreando a tropa. Até hoje dizem que quem perder qualquer coisa deve acender uma vela à Virgem Nossa Senhora que faz com que o Negrinho enconte o objeto perdido. Se ele não encontrar, ninguém mais o encontrará.
A VITÓRIA-RÉGIA
Diz-se que nas noite de luar a Lua desce à Terra para se casar com uma índia. Esta crença existia na época em que as nossas terras eram povoadas por tribos indígenas, onde o masculino e o feminino não existiam como figuras determinadas nas lendas indígenas. A Lua, para eles, era um guerreiro audacioso, valente, forte e belo. As jovens índias queriam conquistar o seu amor para se transformarem em estrelas no céu. Houve uma índia chamada Naiá, que sonhava com esse maravilhoso guerreiro. Passava as noites observando o luar, fascinada com seus raios que banhavam seu corpo, parecendo os braços forte do amado. Muitas vezes Naiá corria pelos campos, com os braços estendidos, tentando alcançar a Lua, mas jamais conseguia. Certa noite ,doente de paixão, Naiá viu surgir com todo esplendor a Lua refletida nas águas de um rio. Não pensou 2 vezes:imaginando que o amado aparecia para atender aos seus chamados , Naiá atirou-se em seus braços e acabou morrendo no fundo do rio. A Lua , por sua vez ficou com pena de tamanha tragédia que, ao invés de transformar a pobre moça numa estrela , achou melhor transformar a indiazinha em uma flor tão bela quanto imensa. Assim é que , transformada em Vitória -Régia , Naiá aguarda todas as noites seu guerreiro amado , e quando a Lua surge , abre suas enormes pétalas oferecendo sua corola para receber os raios prateados do amado.
A MANDIOCA
Há
muitos anos, uma jovem índia deu à luz a um lindo menino, muito branco, a quem deu o
nome de Mani. Sua gravidez foi solitária porque seu pai, o chefe da tribo, nunca a
perdoou por ter engravidado de uma maneira que ela não soube explicar. A indiazinha foi
expulsa de sua tribo. Mani : era o
nome do indiozinho
O Guaraná Um casal de índios Maués vivia muito feliz em sua tribo e achavam que sua felicidade seria completa no dia que fossem abençoados com a vinda de um filho. Tupã decidiu atender as preces do jovem casal, fazendo com que a jovem índia em breve se tornasse mãe de um esperto e saudável menininho.
Havia um Deus, Jurupari, que se mordia de inveja da pequena criança, tão linda e amada
por todos. Um dia,, entrando na floresta, a criança não resistiu à picada de uma
terrível serpente e morreu. Jurupari, disfarçado de terrível cobra, pode endim ver seu
seu terrível plano consumado. (O Negrinho do Pastoreio e A Vitória-Régia são lendas retiradas do Livro Lendas e Mitos do Folclore Brasileiro, adaptação de texto de Valquiria Della Pozza - EDITORA RIDEEL LTDA)
|